E do meio do mundo prostituto
Só amores guardei ao meu charuto!
E que viva o fumar que preludia
As visões da cabeça perfumada !
E que viva o charuto regalia !
Viva a trêmula nuvem azulada,
Onde s´embala a virgem vaporosa !
Viva a fumaça lânguida e cheirosa !
Cante o bardo febril e macilento
Hinos de sangue ao poviléu corrupto,
Embriague-se na dor do pensamento,
Cubra a fronte de pó e traje de luto :
Que eu minha harpa votei ao esquecimento
Só peço inspirações ao meu charuto!
Álvarez de Azevedo.
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