terça-feira, 16 de maio de 2017
PLAYBOY QUÂNTICO.
De repente surgiu o outono ou inverno e o céu branco da manhã incidiu num novo tapete verde do Parque Central. Na Quinta Avenida, os sonhos de consumo de todos os jovens novaiorquinos , dos mais modestos aos mais ambiciosos, moviam-se em multidões vindas das compras para exercitarem ali seus cães de luxo e pernas envoltas em nylon térmico e outros aparelhos de ginástica. De qualquer modo, Winner não lhes prestava tanta atenção naquele momento, pois estava ''escrevendo'' mentalmente, enquanto andava com o cigarro entre os dedos. ''São todas '' Winner pensava ''Mulheres que tinham ''nascido'' com ele ou ''casado '' com ele, ou ainda o haviam obitod por meios artificiosos . DE qualquer modo, o cenário parecia pronto para a nova história.
Transposto um ou dois quarteirões da 53 Street, Winner desembocou na Avenida Madison já metamorfoseado num tenente da polícia, e num mundo diferente , totalmente diferente, ondes as belas mulheres ainda não estavam tão arrumadas quanto naquele ''estúdio'' ao ar livre do Central Park , e elas deixavam transparecer nos rostos ansiosos e corpos flexíveis impertigados que eram mulheres que encaram uma carreira como aquilo que mais se aproxima de um marido rico. Ao percorrer aquele último quarteirão, Winner abandonou o Território do Harper´s Bazaar e entrou no mundo do Playboy Quântico. Os escritórios da Hurlingford Publishing Company , Inc. , ocupavam seis andares de um edifíco o que era impressionante até que se via a área principal no décimo. Achava-se mobiliada no estilo modero, como se diz, ostentação absoluta que só o dinheiro pode proporcionar. HAvia, obviamente, uma recepcionista loira a condizer com o ambiente, que ignorou Winner enquanto ele concluía com pesar que não tinha dinheiro suficiente, por enquanto ... de toda forma.
Por fim, a recepcionista reconheceu Winner através de um arquear das sobrncelhas infinitesimal. A visão de um exemplar masculino perfeito não lhe derreteu o olhar.
''Chamo-me Bruce Winner '', informou ''Tenho uma entrevista marcada com o Sr. Hurlingford ''
''Representa?''
''Boyd Enterprises '', disse Winner.
''Sente-se''
Winer descerrou as pálpebras com prontidão , à paisana .
Subiram ao décimo sexto andar. Aí , a decoração era diferente: a ostentação achava-se substituída por uma antiguidade impressionante, e móveis generosamente estofados que produziam um efeito respeitável do dinheiro em quantidades substanciais.
A sala da recepcionista, na verdade, parecia mais o gabinete de uma diretora de empresa.
Winner olhou o pesado estofo da poltrona por um momento antes de aceitar o convite:
''É da pele de algum escritor ???? '', perguntou à ela.
Dentes brancos. Sorriso bonito.
''Vejo que não se impressiona com facilidade '', disse ela.
''Só diante das mulheres '', confessou Winner. ''Mas intrigo-me facilmente, como por exemplo quando alguém me envia um cheque de milhares de dólares para acompanhar um pedido comparecimento '',.
''Me pareceu mais fácil desse modo ''.
''Pareço disposto à tudo por dinheiro, Miss... '' , indagou Winner.
''Broch ''
Reclinou numa cadeira rotativa e acendeu um longo cigarro feminino.
''Vamos iniciar a publicação de uma revista mensal destinada aum público especial, sem preocupação de tiragens espetaculares. Tenciono apenas apresentá-las com honestidade e inteligência, descurando as grandes faíscas literárias e críticas. '', explicou Mrs. Broch
''Economizando com críticos ?? '', disse Winner, rindo.
''Utilizaremos fatos verdadeiros que tiverem sido considerados destituídos de interesse humano , mas trataremos de documentá-los com minúcia. '', continuou ela.
''Não me diga que vai publicar minha auto-biografia ???"
''Vamos saltar esses comentários, Mr. Winner. Incumbi um jornalista competente de trabalhar em determinada história durante as últimas seis semanas e ele não boteve nada de aproveitável. Vi que precisava de um policial, ou alguém como o Sr. ''
''Pretende mesmo que eu escreva a história ao mesmo tempo em que a investigo ??? '', questionou-a Winner.
''Só o Sr. seria capaz disso '' , ela disse.
''Vou investigar a história, depois voces contratam alguem para redigi-la'' , disse Winner
''É um risco literário a que teremos que nos expor. Porque nao a escreve o Sr mesmo ?'', insistiu Miss Broch.
''Tudo bem . Aceito a missão''
K.M.
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