Em economias globalizadas, o ''desideratum '' da governabilidade coloca duas armadilhas : para os próprios governos nacionais, e, mais intensamente , para as próprias oposições. Isso porque tanto com um passado de baixa quanto de alta inflação, em todas as sociedades globalizadas, ORDEM passou a significar ''equilíbrio macroeconômico '' , critério único de distinção entre bons e maus governos; e por isso a condição essencial da governabilidade passou a ser, na linguagem do Banco Mundial , um ''enabling economic environment '' ; para alcançar esse meio ambiente econômico favorável, essa mesma burocracia multilateral recomenda ''que os governos reduzam as incertezas derivadas das súbitas mudanças de direção ''. O problema é que nas novas condições globalizadas , , a fonte de instabilidade e ingovernabilidade está concentrada nas decisões dos agentes econômicos responsáveis pela formação dos preços, pelas decisões de investimento e pelos macromovimentos especulativos com o câmbio e nos juros. Incluindo-se as decisões políticas macroeconômicas das três grandes potências mundiais ---- comportamentos que frequentemente são convidados a buscar ''docilizarem-se'' em nome de uma suposta governabilidade. O resto depende daquilo exatamente que a mídia liberal está ''querendo ver'' no espelho editorial.
K.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário