domingo, 12 de fevereiro de 2017

Algumas crises.

Ainda estamos vivendo o momento do processo de globalização, dada a convergência entre os três grandes pólos econômicos do mundo em torno da mesma displina para as suas periferias; é assim que elas geram, na linguagem de Altvater , uma nova geopolítica monetária .  Três grandes regiões geomonetárias no mundo e, neste momento , uma vez tomada a iniciativa na vanguarda do mundo da desregulamentação progressiva dos mercados , permitiu-se o crescimento dos Estados Unidos como last landing , desde que não deixem de pagar sua dívida ; os europeus estão nessa camisa de força desde os anos oitenta : a guerra do Vietnã, em todos os seus aspectos, havia rompido a paridade do dólar, o preço da energia gerou um desequilíbrio global no núcleo orgânico do capitalismo nos países centrais, que entraram em recessão até 1975- 76, a mais profunda até então desde 1930 . Entre 73-79 -- para colocar a data da vitória de Tatcher -- assistimos a uma tentativa de retorno ao protecionismo nos países centrais como resposta à crise. Mas, pelo uso ineficaz das políticas , a tese que vai vencendo é de que a resposta keynesiana nacional já não é o bastante para dar conta da crise . Frente a isso os neoclássicos , no campo da economia,  decretaram a morte do keynesianismo como se tudo fosse culpa de políticas econômicas erradas e não uma transformação estrutural do próprio capitalismo . Começa o processo de desregulamentação que propiciou uma impulsão descomunal , possibilitando o deslocamento completo da acumulação financeira , da acumulação primitiva e da própria evolução do comércio internacional que , entretanto, evolui dez vezes menos que a evolução da acumulação financeira.  Isto ocorre sobretudo a partir de 85-86 , com a adesão de todos, até a crise de 80-90, quando a economia americana retroagiu e entrou nessa lentidão que está aí até agora. O enigma dessa situação está no fato de que essa convergência mundial em torno de políticas públicas deflacionárias levou a economia mundial  a um estado de quase permanente recessão ou de baixíssimas taxas de crescimento . 

K.M.

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