Para o entendimento mútuo não é ainda suficiente que se empreguem as mesmas palavras: é preciso empregar as mesmas palavras também para a mesma espécie de vivências interiores, é preciso, enfim , que a experiência torne-se comum à de outros . Por isso os indivíduos de um povo se entendem melhor entre si do que membros de povos diferentes , mesmo quando se servem da mesma língua ; ou antes, quando homens viveram juntos por longo tempo sob condições semelhantes ( de clima , de solo , de perigo, de privações , de trabalho ) , então surge disso algo que ''se entende '', um povo . Em todas as almas , um mesmo número de vivências que retornam com frequência alcança a preponderância entre outras mais raras ; graças à elas é que as pessoas se entendem, rápida e sempre mais rapidamente ---- a história da linguagem é a história de um processo de abreviação ---- ; graças a esse rápido entendimento é que as pessoas se unem de modo mais estreito e sempre mais estreito . Quanto maior a periculosidade, tanto maior é a necessidade de entrar em acordo rápida e facilmente acerca daquilo que é preciso fazer ; não se entender mal no perigo, eis do os homens simplesmente não podem prescindir para se relacionar . O temor ao ''eterno mal entendido '' ... quais o s grupos de sensações que no interior de uma alma mais rapidamente despertam ?? , tomam a palavra, dão ordens ... é isso que decide sobre a completa hierarquia de seus valores, é isso que determina afinal sua tábua de bens. As valorações de um homem revelam algo da estrutura de sua alma e daquilo em que ela vê suas condições vitais , sua genuína necessidade .
K.M.
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