Sem dar-se ao incômodo de passar pelo gabinete de Morgan , Hill dirigiu-se diretamente a Jacob Schiff, que sabia ser o banqueiro de Harriman. Deixando de lado as cortesias comuns, entrou logo na questão : Harriman estava por atrás daquelas compras ??? Schiff foi igualmente franco : não só ele comprava as ações para Harriman,como jactou-se de ter adquirido o controle da Northern Pacific para seu cliente. Seguiu-se então uma cena bem estranha, na qual ambos afirmavam ter a maioria das ações e ambos acreditando que estavam dizendo a verdade. Nesse caso, o conhecimento de Schiff era superior ao de Hill . Naquela manhã ele comprara um lote de 35.000 ações preferenciais a um sócio de Morgan que não desconfiava estar em curso qualquer incursão. Isso fora feito sem que Bacon, posto à frente dos negócios durante a ausência de Morgan, fosse notificado. Mediante essa venda, o controle da quantidade total de ações preferenciais e ordinárias passava ao grupo Harriman-Schiff. Hill-Morgan continuavam possuindo boa quantidade de ações ordinárias, mas as preferenciais tinham direito a voto. Hill saiu furioso dos escritórios de Kuhn, Loeb ,e foi direto informar-se com Bacon sobre os acontecimentos. Algumas horas depois, , na noite de 3 de maio, Bacon telegrafou a Morgan pedindo licença para comprar 150.000 ações ordinárias da Northern Pacific. Seu plano era simples : Hill-Morgan conquistariam a maioria das ações ordinárias, e então votariam para retirar as preferenciais na próxima reunião da diretoria. Isso deixaria a Harriman uma considerável soma de dinheiro e grande número de ações ordinárias, mas sem controle sobre a ferrovia. Morgan respondeu por telegrama, aprovando a transação, e o fez imediatamente, Bacon esperara a resposta enquanto Schiff se recolhia para dormir, convencido de ter a Northern Pacific no bolso. Bacon planejou um conselho de guerra para a manhã seguinte enquanto Schiff, como de costume, contava ir à sua sinagoga para os ofícios do sábado.
K.M.
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