sábado, 15 de abril de 2017

MORGANIZAÇÃO DA AMÉRICA 10

Nos últimos anos do período em questão, a American Tobacco Trust, formada por sete firmas representando 162 fusões, fez seu aparecimento . Era difícil transcorrer um mês inteiro, de 1893 a 1903 , no qual não se anunciasse uma grande fusão por uma ou outra das casas de investimentos, que presidiam a tais operações, executavam o refinanciamento e colocavam à venda os títulos.E era muito frequente que, terminada a agitação, os banqueiros de investimentos fossem descobertos a  controlar as diretorias dos gigantescos combinados. Charles H. Dow, diretor do Wall Street Journal e o mais famoso dos analistas da história dessa rua, profetizava a 3 de março de 1900 : '' É tão certo quanto qualquer outra coisa no futuro que os títulos industriais formarão o meio principal para especulação na América. O campo para a formação de companhias industriais mostra-se vasto, e os graus variados de capacidade e habilidade na direção das mesmas , conjugados à sucessão de bons e maus tempos, efetuarão modificações constantes em valores, que serão descontados por movimentos nos preços das ações''.  (Charles H. Dow ); Um ano mais tarde, Dow observava o surgimento do combinado  siderúrgico, e declarava que ''o mercado  industrial está fadado a ser o grande mercado especulativo dos Estados Unidos. Os motivos para tais fusões eram numerosos, e não cabe no objetivo deste ''conto'' o seu exame. Mas o desejo de dar fim à competição ou ao menos restringi-la, de molde a serem obtidas vantagens na comercialização e produção, , mostrava-se bem importante, bem como a expectativa de que o fim das táticas de ''degola '' traria maiores lucros. A falta de racionalidade na administração das ferrovias do  país talvez fosse sim uma das causas primordiais das fusões nesta indústria, , mas as companhias com baixos custos e grande potenciais de crescimento fundiram-se juntamente com as demais. Em certa ocasião foi inclusive considerado ''elegante '' e ''na moda '' ver as fusões como primeira tentativa no sentido de introduzir o fascismo econômico na América, e que teve fim graças aos Progressistas, de 1903 a 1914. Alguns acreditavam que Morgan e outros banqueiros de investimento queriam criar usinas e e ferrovias eficientes somente para acabar com o caos existente na economia depois do colapso de 1893 . Mas ao fazerem isso eles foram, em grande parte , responsáveis pelos êxitos econômicos desfrutados pela nação no século XX. Além disso, prestaram valioso serviço agindo como banqueiros centrais numa época quando o o governo federal não queria nem podia executar a tarefa. Conforme Charles H. Dow observava em 1899, na verdade os banqueiros haviam subscrito não somente as companhias, mas o próprio futuro da economia : ''ESTAMOS, DE UM MODO PREDOMINANTE, NO PERÍODO DA ESPECULAÇÃO INDUSTRIAL, MAS AINDA ASSIM A CRIAÇÃO DE AÇÕES COMERCIAIS SÓ SE TORNOU PRONUNCIADA NO CURSO DO ÚLTIMO ANO. É IMPOSSÍVEL QUE QUALQUER GRANDE PROPORÇÃO DE AÇÕES INDUSTRIAIS, CRIADA NOS ÚLTIMOS SEIS MESES, TENHA SIDO COLOCADA NO MERCADO. COMO ESTÁ NA INTENÇÃO DOS PROMOTORES DAS COMBINAÇÕES INDUSTRIAIS A VENDA DE PELO MENOS UMA PARTE DAS AÇÕES QUE EMITIRAM, SEGUE-SE QUE DEVE EXISTIR UM CORPO BEM FORTE DE CAPITALISTAS PREPARADOS, EM NOSSOS DIAS, PARA RESISTIR A QUALQUER COISA COMO UM COLAPSO NO MERCADO INDUSTRIAL, E A PROMOVER POR TODOS OS MEIOS EM SEU ALCANCE O S PREÇOS FIRMES OU EM AVANÇO NO CONJUNTO DO MERCADO '' (C.H.DOW)

K.M.


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