quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Certas epifanias de negócios.
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O plágio, doutora, não existe (: é só uma tonalidade que se empresta à
vida (: sou apenas um glutão mimético como estes pássaros poliglotas que
sabem contra-fazer todos os cantos para extrair a síntese suprema da
própria garganta. Devoro todos os livros enquanto a humanidade brinca de
asneiras nas redes sociais: pego tudo que passa sob meus olhos desde os
doze anos de idade, coloco adiante como um degrau(: neste exato
momento, enquanto você me ouve falar, eu me alinho sinistramente à sua
postura, avalio a incidência da luz no quarto, a sua maneira de me
escutar, seu comportamento, seu temperamento: me pergunto em que livro
você poderia estar .. posso continuar falando indefinidamente , enquanto
eu quiser te ter nesta indefesa disposição de espírito(: isso é mais
forte do que eu, sou uma águia ávida por desposar todos os contornos do
céu (: conhece aquela história do camaleão que se instala no cobertor
escocês (?) ------, eu me perguntava se aquele não seria exatamente o
ruído do desenvolvimento de meu personagem que agora continuava na
espiral infinita, e este roçagar, o roçagar de sua incerta
multiplicidade... da minha derradeira figura separada do personagem por
uma membrana aracnídea, extremamente difícil de ser visualizada. ---- Alguns
segundos mais tarde (eu disse à Julia ) o camaleão explode, não sabendo
mais escolher entre as cores (: minha população sorridente e colorida
estende-se então à terceira ou quarta geração de personagens, mais real,
mais presente do que as cartas e telefonemas mais intermitentes - certas epifanias de negócios (
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